Previdência Complementar deve ganhar mais espaço nos próximos anos
Durante almoço realizado pelo Sindicato das Seguradoras do RS (SINDSEGRS), na última quinta-feira (21), o palestrante Sérgio Rangel trouxe dados do cenário da previdência complementar no país e afirmou: há espaço para crescimento.
Rangel destacou que o momento é de transformação em todos os aspectos e é preciso buscar estar sempre atualizado. “Passamos sempre por ciclos devido a busca constante das pessoas pela evolução e mudança. Hoje, o currículo perde valor, o que conta são as habilidades que as pessoas possuem”, afirmou.
Em relação a reforma da previdência aprovada recentemente, ele foi enfático ao dizer que não irá solucionar o problema. Para isto, será necessário uma reforma estrutural no modelo de previdência do Brasil sem levar em consideração o viés ideológico.
Rangel também apresentou as diferenças entre a previdência aberta (em que qualquer pessoa pode fazer parte) e a fechada (oferecida por algumas empresas e entidades), também chamada de fundos de pensão. A principal questão para ele é que como as entidades fechadas não possuem acionistas e são sem fins lucrativos, não conseguem pulverizar riscos. “Vemos uma tendência em âmbito mundial de compartilhamento de riscos entre as EFPC e as seguradoras para casos de morte, invalidez, sobrevivência e desvios de hipóteses biométricas. Ninguém mais quer abraçar benefícios vitalícios que envolvam a longevidade. Nos EUA e Canadá este volume é bastante expressivo, mas por aqui ainda é incipiente”, analisa.
No entanto, Rangel destaca que é preciso estudar bem o mercado e as possibilidades para não ficar para trás. “Há alguns anos, com a taxa de juros alta, a rentabilidade dos planos de previdência foi significativa. Porém, com os juros a 3,4% ao ano como estamos atualmente, temos dificuldade de formar benefício futuro, o que faz com que os clientes não possam contar tanto com a rentabilidade do investimento. O desafio é ser um sistema atrativo para as pessoas apesar disso”, pondera. Uma opção para evitar a frustração, segundo ele, é a realocação de ativos.
O almoço de novembro, foi o último realizado pela gestão do Presidente Guacir Bueno a frente do Sindicato. “Ao longo dos últimos 4 anos, tive o prazer de ter sempre nossos almoços com casa cheia. Isso é importantíssimo, porque estarmos juntos é o que nos fortalece como setor. Também por isso, em nossa gestão, buscamos realizar ao menos dois destes eventos por ano no interior do Estado”, destacou.
O Pres. Guacir também lembrou dos últimos anos complicados que o mercado segurador enfrentou, refletindo também o cenário nacional. “Espero que 2020 seja um ano muito melhor e mais tranquilo do que o conturbado 2019, tanto para nosso setor quanto para o país”, concluiu. Para acompanhá-lo na entrega do certificado de participação ao palestrante, o Presidente convidou os confrades acadêmicos da ANSP presentes no evento.
Fonte: SINDSEGRS