VII Workshop da Indusprevi discutiu psicologia comportamental com palestra de Keitiline Viacava
O VII Workshop Indusprevi recebeu, no dia 30 de outubro, Keitiline Viacava, especialista em psicologia comportamental e neuroeconomia para falar sobre como as nossas decisões afetam diretamente nosso futuro. Fundadora da Decision Making Lab (DM.Lab), laboratório de pesquisa cognitiva focado na transformação de pessoas nas organizações, a palestrante falou com base no tema “Benefício previdenciário complementar: uma decisão importante”, onde debateu com o público os vieses da psicologia econômica que envolvem a tomada de decisão.
Para Keitiline, neste processo, o tempo é fundamental e deve nos servir como horizonte. No entanto, salienta, “as nossas escolhas são feitas no tempo e não podemos esperar que sejam escolhas simples”. Os vieses fazem parte da existência da espécie humana, seja por interferência biológica ou social. Temos vieses, explicou, pois fomos evolutivamente programados, para nossa própria sobrevivência, a adotar “este” ou “aquele” sistema de decisão. Este, que os cognitivistas chamam de Sistema 1 (S1), é motivado por respostas rápidas diante das decisões que tomamos no dia a dia. Opera no automático e baseia-se em padrões que já conhecemos. É o sistema mais emocional, mais “econômico” do ponto de vista do esforço exigido.
Já o Sistema 2 (S2), mais racional, é acionado quando dispomos de certa reflexão e análise antes de decidir. O S2 cobra mais tempo e atenção, pois muitas vezes exige o deslocamento no eixo do pensamento, tirando o tomador de decisão da zona de conforto. No entanto, é justamente o equilíbrio entre os sistemas que os especialistas mais valorizam no processo de tomada de decisão, tendo em vista inclusive os riscos que envolvem cada decisão.
No caso das entidades de previdências complementar, que tem o longo prazo como horizonte de planejamento sem, é claro, se descuidar do caminho até o futuro, é o S2 que precisa ser trabalhado com mais atenção. Afinal, de acordo com a palestrante, o futuro é repleto de “riscos, incertezas e ambiguidades”. Sabendo disso, a missão dos gestores passa por desenvolver estratégias que incentivem a reflexão de longo prazo.